Três mulheres americanas brancas redesenharam peças de Mahjong por US$ 425 o conjunto, gerando controvérsia sobre apropriação cultural

Principais conclusões

• Uma empresa sediada em Dallas, The Mahjong Line, liderada por três mulheres brancas, enfrentou reações adversas por se apropriar culturalmente do mahjong, um jogo profundamente enraizado na tradição chinesa, ao vender conjuntos redesenhados por US$ 325 a US$ 425.
• Os críticos acusam a empresa de apagar a cultura chinesa ao sugerir que o jogo tradicional precisava de uma "renovação respeitosa" e de substituir os símbolos tradicionais por imagens como bolhas e sacos de farinha.
• A controvérsia destaca uma questão mais ampla de apagamento cultural e a importância de respeitar e compreender as origens e o significado das práticas e jogos culturais.

Um empreendimento recente de uma empresa sediada em Dallas, The Mahjong Line, gerou uma controvérsia significativa sobre a apropriação cultural e o apagamento da cultura chinesa. A empresa, fundada por três mulheres americanas brancas, foi acusada de redesenhar desrespeitosamente as peças de mahjong, um jogo com raízes profundas na história e cultura chinesas. Vendidos entre US$ 325 e US$ 425 o conjunto, essas peças redesenhadas foram promovidas como uma "atualização respeitosa" do jogo tradicional, com o objetivo de atrair "as massas elegantes"

A reação foi rápida e intensa, com muitos nas redes sociais criticando a empresa pela sua falta de sensibilidade e compreensão do significado cultural do jogo. Os críticos argumentam que o redesenho, com imagens como bolhas e sacos de farinha e a adição de algarismos arábicos, elimina os símbolos tradicionais chineses e, com eles, a rica herança do jogo.

Mahjong, um jogo baseado em peças desenvolvido na China, carrega camadas de significado cultural e tem sido um meio através do qual são transmitidas práticas sociais e culturais complexas. Sua introdução nos EUA no início do século 20 fez com que o jogo ganhasse popularidade entre várias comunidades, incluindo os círculos sino-americanos. A complexa história e as ressonâncias culturais do jogo foram destacadas em um artigo de 2018 do colunista taiwanês-americano Jeff Yang, que analisou uma cena do filme de sucesso "Crazy Rich Asians"

A abordagem da Linha Mahjong foi criticada por mostrar "uma verdadeira ignorância" da história do jogo, segundo a historiadora Anneliese Heinz, que estudou sua passagem pela cultura americana. Os críticos enfatizam que, embora o mahjong tenha evoluído ao longo do tempo e da geografia, quaisquer adaptações devem envolver-se genuína e respeitosamente com as culturas ligadas às suas origens.

Em resposta ao clamor, a The Mahjong Line apresentou um pedido de desculpas, reconhecendo o seu fracasso em honrar adequadamente a herança chinesa do jogo e expressando pesar pelo uso de termos como "atualizar". Eles também declararam sua abertura a críticas construtivas e conversas contínuas para obter mais informações sobre as tradições e raízes do jogo nas culturas chinesa e americana.

Este incidente serve como um forte lembrete da importância da sensibilidade cultural e da necessidade de respeitar as origens e o significado das práticas e jogos culturais. Sublinha a linha tênue entre o intercâmbio cultural e a apropriação cultural, exortando os criadores e empreendedores a procederem com atenção e respeito pelas tradições com as quais desejam envolver-se ou reinterpretar.